segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Violência de gênero em plena DELEGACIA

Bom, não vou postar o vídeo porque não concordo com a exposição da policial, já que ela pediu para não filmarem a cena ULTRAJANTE, ABJETA, ABUSIVA e digna de nossa herança mais neanderthal.

Ela foi instada a tirar a roupa para uma revista e argumentou que não iria fazê-lo diante de homens.

A autoridade policial, em uma manifesta atitude patriarcalista, machista, misógina e autoritária, disse-lhe que "na ausência de mulheres" ele iria ver a revista. E, dentro dessa truculência, assim foi...

O resultado foi um vídeo que me causou espécie, sob todas as perspectivas e dimensões de violência possíveis em face do gênero, tendo em vista a maneira assimétrica em relação a qual os agentes se posicionaram para simplesmente arrancarem as calças da policial.

Acuada, quase currada moralmente, sob o espeque de uma imbecil revista. Será que todas as revistas feitas são assim? Parece-me que sim, dada a naturalidade com que todos naquela sala abordaram a policial. O que me trouxe ainda mais furor foi o pacto de mediocridade que as DEMAIS POLICIAIS, MULHERES, fizeram, pois sequer ponderaram acerca da atitude. Hei de reconhecer, contudo, que se trata da hierarquia, o que me sinaliza para a submissão de gênero, mais uma vez, onde nós, mulheres, cedemos em prol da violência.

Dupla violência do sistema: porque se trata do sistema, em si, sórdido e violento, com autoridades reproduzindo a lógica capilarizada de poder e definindo, no plano do real, critérios que passam por cima da dignidade humana. Violência por se tratar de uma mulher que, argumentando em relação ao constrangimento de se posicionar perante HOMENS - e não perante agentes - foi destratada, violada por eles.

A autoridade policial, repetindo como papagaio de pirata, a fala já cansativa "não é abuso", falava insistentemente não se tratar de excesso. Isso apenas mostra, para mim, a violência intrínseca do sistema de administração de injustiça, ainda corroborado pela violência de gênero.

6 comentários:

Anônimo disse...

Se ela tivesse escondido um artefato letal em seu corpo e logo após tivesse atingido um outro ser, o nome do post seria "a falta de interesse dos homens na revista das mulheres"...
Sensacionalismo?

Daniela Matsuzaki disse...

Nossa isso é revoltante!! Um absurdo recorrente, onde a impunidade reina absoluta!

Alessandra de La Vega Miranda disse...

Não se trata disso.
A questão não se resume à futurologia, mas ao tratamento assimétrico, desrespeitoso e com fundo assimétrico de iniquidade de gênero.
Apenas e TUDO ISSO.
O tratamento dispensado - NA FORMA COMO FOI CONDUZIDA A REVISTA, que mais pareceu um retorno ao calabouço medieval para queima de bruxas - que mereceu meu repúdio.
A dimensão de violência, doutor do post, diz respeito a como o destinatário a sente, o chamado insulto moral, e não uma especulação de quem está observando, como Big Brother, a ação...

Saulo disse...

Os(as) militares devem sofrer algum tipo de lavagem cerebral. Essa é a unica explicação para a forma com que o "Charles Bronson" agiu!

Alessandra de La Vega Miranda disse...

Minha bronca não está em se fazer ou não revista, mas na opção pela TRUCULÊNCIA em direcioná-la e conduzi-la. Mais, ainda, no sensacionalismo diante de uma câmera que, a bem da verdade, muda tudo, como o observador em um experimento de física quântica, que decide tudo ao seu redor.
A agente, a todo tempo, falava "eu não estou me negando à revista. Mas deve ser uma mulher". Que odiosa manifestação CHAUVINISTA...

Anônimo disse...

A agente fala isso a todo tempo, numa clara e óbvia tentativa de ganhar tempo e quem sabe até mesmo se livrar do fragante, pois durante a movimentação tirar o objeto de suas partes intimas e joga-lo em outro lugar seria relativamente fácil, dada a confusao instaurada na sala..