segunda-feira, 19 de abril de 2010

Problemas com Habermas? Vai de Frantz Fanon!

Perguntaram para mim essa semana "qual era o meu 'problema' com Habermas"...

Achei muito proveitosa tal interlocução.

Não conheço Habermas, pois, ao que me lembro, nunca fomos apresentados. Nunca frequentei alguma roda de chá ou circuito em que ele estivesse. Minha conta de água chega todo mês no valor de R$32,00 (sim, comecei a fazer xixi no box para ajudar o Planeta a escapar do vulcão na Islândia - vamos ver no que vai dar) e não encontro o telefone de Habermas para, como amigos de décadas, eu me permitir pedir a ele que pague minha conta. Ou, talvez, faça compras para mim, porque detesto, dentro da comunicabilidade, de fato, comunicar-me com o que restou de um humano automatizado em fragmentos de saber.

Não tenho, portanto, "problema com Habermas". Tenho uma séria crítica, não a ele, mas, especificamente, ao conhecimento filosófico que pretende lançar modelos teóricos para teorias sociais etc.: não tendo empiria, não conseguem dar conta do "aqui e agora" e podem não passar de meros discursos (aliás, casa bem com a ação comunicativa) projetados em cima de ideologias epistemológicas que colocam a Europa e os Estados Unidos como pólos de "sapiência", reproduzindo o colonialismo (agora, em termos doutrinários, ideológicos e, vá lá, semânticos até).

Minha ancestralidade galega e minha "brasilidade" trazem diversidade que Habermas algum pode alcançar, já que faz parte de uma "elite" que colonizou o mundo, que dividiu hemisférios e, simplesmente, irradiou paradigmas que estão tão longe daqui da Candangolândia. Talvez possamos tomar um chá (ops, ou algo brasileiro): Habermas, Fanon, Dussel, Vandana Shiva, Capra, Boaventura, Feyerabend, Harding, Jesus, sei lá!

Empiria, doce empiria, onde estás que não responde?

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