terça-feira, 18 de maio de 2010

Diferenças e igualdades numa dialógica de reprodução autocrática do conhecimento

Bárbara Lupetti é uma advogada que incursionou na pesquisa, produzindo um diálogo interessante entre Direito e Antropologia. Se não há maior diálogo - diga-se de ppassagem, não cosigo conceber o Direito fazendo outra coisa que não se auto-referenciando (verbinho bonitinho, não?) talvez seja pelo simples fato de ser autista, como bem expõe em sua obra, já que a doutrina brasileira é uma colcha de retalhos mal recortada, ao mesmo tempo em que é conclamada como genuína produção acadêmica.

Copiamos, copiamos e, por fim, copiamos.

Copiamos a doutrina do leading case (outra palavra bonitinha) sem atentar para nossa insistência num sistema inquisitivo de galé, em contraponto ao sistema adversarial em que se produz verdade em conjunto, e não por obra "revelada" aos juízes por obra divina - que, diga-se de passagem, em nível simbólico, está presente nas salas de audiência, na figura do corpo de Cristo crucificado, lembrando-nos que Deus está, de alguma forma, presente.

Copiamos writs para lá e para cá - poderiam muito bem ser hits e não writs - tendo em vista que a musicalidade folk de lá toma conta de cá. Tststststs, o sentido de writ, bem como de toda construção da common law parte de perspectivas bem distintas do Tribunal do Ofício da Santa Inquisição jurídica que tranforma o Judicário em um superpower. Uau, estou me confundindo... super poder...

Hum, copiamos toda a nomenclatura -geist presente na literatura alemã, num anacronismo atroz, que viola todas as leis da Física a respeito de ubiquidade, além de atentarmos, com ingenuidade, para a apreensão (control c + control v) de toda sorte de metafísica BRANCA, EUROPÉIA, COLONIAL.

Quem sabe, nisso, o Judiciário também não irá falar alemão?

Sim, temos até um curso de "alemão para juristas", alles gut! Sim, sim, alemão para JURISTAS, como se a literatura jurídica brasileira fosse realmente capaz de formar juristas (a exceção confirma a regra: não produzimos, apenas reproduzimos, em sala de aula e em todos os níveis de academia, lições de épocas, de povos e de homogeneidade cultural, em contraposição à diversidade que está simplesmente vindo à tona).

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